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On the Frontlines: Por Que se Envolver em Política é Algo Bom

Blogs Harold Silverman, CIA, CRMA, QIAL, CPA jan 12, 2022

No início de minha carreira como auditor interno, fui avisado repetidamente para evitar a política no local de trabalho a todo custo. Esse tipo de conselho não é incomum para um jovem profissional ambicioso e um pouco arrogante, como eu era. Vários líderes sugeriram que envolver-se na política do escritório seria uma limitação de carreira. Alguns até sugeriram que o envolvimento na política da empresa prejudicaria minha independência como auditor e limitaria minha capacidade de trabalhar e agir com objetividade.

O conceito de evitar a política era desconfortável para mim. Alguns anos antes de me tornar um auditor interno, eu havia me graduado em Ciências Políticas e Economia e atuado como estagiário para um congressista em Washington, DC. Durante a orientação para meu estágio, recebi um desafio de um dos altos funcionários, para nomear todos os líderes a quem o deputado, nosso chefe, daria “a própria roupa do corpo”. Este foi um exercício valioso para entender influência, poder e relacionamentos, e percebi que eles estão no centro da política. Foi um momento que me marcou.

Agora, como auditor interno, nunca tive o desejo de evitar a política do local de trabalho ou do escritório. Em vez disso, sempre optei por me envolver conscientemente na política da organização. Isso pode soar estranho, visto que o termo "política" tem uma conotação tão negativa em nossa sociedade atual. No entanto, entender como “as coisas são feitas” e quem tem o poder de influenciá-las em uma organização é crucial para poder ter um impacto positivo na organização.

Muitas vezes, tenho visto auditores internos perdendo tempo, tentando influenciar indivíduos que podem ter cargos importantes, mas que, realisticamente, têm influência interfuncional limitada na organização. Ao mesmo tempo, não estão conseguindo construir e alavancar relacionamentos com os verdadeiros agentes de poder, independentemente do título.

Uma estratégia que aprendi em Washington veio de observar lobistas construindo relacionamentos próximos com funcionários de destaque, que tinham alianças com um político. Os lobistas raramente começavam com autoridades eleitas. Dentro das organizações, os líderes geralmente buscam subordinados específicos para orientação sobre tópicos que a auditoria interna traz para eles. Se o auditor interno contornar esses canais políticos poderosos, ele perderá a oportunidade de influenciar o líder. Em vez disso, o auditor interno politicamente experiente sabe com quem ele precisa fazer lobby na organização para garantir que o líder com autoridade máxima seja receptivo às suas ideias e recomendações.

Sabemos, a partir do Framework Internacional de Práticas Profissionais, que a auditoria interna é uma "atividade independente e objetiva de avaliação e assessoria, destinada a agregar valor e aprimorar as operações da organização". Infelizmente, simplesmente identificar observações reportáveis ​​e colocá-las em um relatório de auditoria não garante que isso tenha um impacto positivo ou que as operações da organização sejam aprimoradas. Ser capaz de avaliar uma organização e entender verdadeiramente como funcionam suas estruturas de poder formais e informais é uma competência importante para os auditores internos. Sem ter relacionamentos fortes e entender onde o poder e a influência estão dentro de uma organização, é quase impossível impactá-la.

Tentei combinar meu interesse por entender a política organizacional com meu conhecimento da teoria dos jogos, conforme aprendi em meus estudos de economia. A teoria dos jogos é o estudo de como os atores racionais tomam decisões com base em seus incentivos. Isso não quer dizer que todas as ações feitas pelos líderes sejam racionais, mas é um ótimo ponto de partida. Quando os auditores internos são capazes de combinar uma compreensão de poder, influência e incentivos individuais em uma organização, eles estão bem-posicionados para aumentar a probabilidade de que as recomendações feitas sejam implantadas e a melhoria organizacional seja alcançada.

É claro que nenhuma quantidade de habilidades políticas pode compensar deficiências nas competências necessárias para ser um auditor interno e nas competências cobertas na prova da Certificação CIA. No entanto, para maximizar seu impacto positivo em uma organização, os auditores internos precisam alavancar seu tino político.

Em meu cargo atual no IIA, trabalho diariamente com os principais executivos de auditoria. Tenho a oportunidade de trocar histórias e ouvir como têm um impacto positivo em suas organizações. Está claro que muito de seu sucesso vem de sua capacidade de trabalhar dentro dos sistemas políticos de suas organizações.

Dito isso, o desenvolvimento do tino político não é algo que deva ser adiado até pontos mais avançados de uma carreira em auditoria interna. Líderes de auditoria interna bem-sucedidos não desenvolvem essas habilidades quando se tornam líderes. Eles tornam-se líderes, em parte, porque aperfeiçoaram a capacidade de trabalhar dentro de sistemas políticos organizacionais.


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Este documento foi traduzido por INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL em 27 DE JANEIRO DE 2022.

Harold Silverman, CIA, CRMA, QIAL, CPA

Harold Silverman is director Executive Membership at The IIA.