Building a Better Auditor: Quebra-Cabeça ou Mistério?
Blogs David Dufek, CIA, CFE out 07, 2024
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Tenho cidades, mas não tenho casas. Tenho montanhas, mas não tenho árvores. Tenho águas, mas não tenho peixes. O que sou?
Essa charada, como muitos quebra-cabeças que encontramos, tem uma única resposta correta. Mas, antes de revelarmos, vamos explorar como quebra-cabeças e mistérios moldam o nosso mundo – e o nosso trabalho como auditores internos.
Quebra-cabeças estão por toda parte, cada um com a sua solução singular esperando para ser descoberta. O Wordle desafia milhões de pessoas a adivinhar uma palavra de cinco letras. Escape Rooms exigem uma sequência correta de ações para se libertar. As palavras cruzadas do The New York Times, a combinação de um cadeado, muitos problemas de matemática e montar peças de Lego exatamente como na caixa... todos são quebra-cabeças.
Os mistérios, por outro lado, são mais abertos a interpretações. Pais lutam para fazer com que adolescentes parem de colocar a louça suja embaixo da cama (POR QUE eles fazem isso?). Cientistas procuram vida extraterrestre, sabendo que pode haver várias explicações para os sinais que recebemos – ou nenhuma explicação. Qual jogada fazer na 3ª para 8 jardas no futebol americano, determinar o que é “justo” em um cenário ético complexo, prever tendências de longo prazo no S&P 500 ou identificar as causas raízes de um determinado pico de criminalidade... todos são mistérios.
Às vezes, os mistérios se transformam em quebra-cabeças à medida que coletamos mais informações ou desenvolvemos novas ferramentas. O que antes era o grande mistério da genética humana tornou-se, de certa forma, um quebra-cabeça complexo, mas solucionável, graças aos avanços no sequenciamento e na análise do DNA. Entretanto, o inverso raramente ocorre. Um quebra-cabeça não gera repentinamente novas possibilidades ou se torna mais ambíguo.
Essa distinção é crucial em nosso campo. Confundir um quebra-cabeça com um mistério pode introduzir uma complexidade desnecessária, desperdiçando tempo e recursos. Por outro lado, abordar um mistério como fosse um quebra-cabeça simples pode resultar na negligência de nuances críticas, o que transmite um falso senso de certeza às nossas conclusões, ou até mesmo em estarmos completamente errados.
Então, como esse espectro entre quebra-cabeça e mistério se manifesta na auditoria interna? Vamos começar com os aspectos do nosso trabalho que quebram nossa cabeça. Podem ser verificações simples de conformidade ou avaliações de processos de rotina. Elas são importantes, mas geralmente seguem um padrão previsível: coletar dados, analisar, comparar com as normas, aprovar ou reprovar, reportar as constatações. Como uma grade de Sudoku, todas as peças estão lá – só precisamos colocar cada coisa em seu devido lugar.
Mas há também os mistérios – questões complexas e confusas que nos mantêm acordados à noite (no bom sentido, na maioria das vezes). Ao contrário dos quebra-cabeças, esses problemas não garantem uma solução única e clara. Você pode começar com uma pergunta e descobrir uma rede de questões interconectadas que abrangem vários departamentos ou processos. Considere o caso de um auditor que está avaliando os processos de gerenciamento de riscos de uma empresa. À primeira vista, pode parecer uma avaliação simples – um quebra-cabeça a ser resolvido comparando práticas a frameworks estabelecidos. Entretanto, à medida que o auditor aprende mais, ele pode descobrir diferentes apetites a risco entre os departamentos, políticas que são comunicadas de forma inconsistente e desafios na quantificação de certos riscos. Não há uma única solução “correta” aqui, mas sim uma série de abordagens potenciais, cada uma com seus próprios méritos e desvantagens.
A pergunta "Esse controle funciona como pretendido?" muitas vezes pode ser um quebra-cabeça. Já a pergunta "Esses controles são projetados para abordar adequadamente os riscos subjacentes?" geralmente é um mistério.
Quando busca contratar novos auditores internos, minha colega Katie tem perguntado aos candidatos: “Você prefere problemas com 1 ou 10 respostas?” É uma pergunta aparentemente simples, que vai ao cerne do que torna a auditoria interna única e desafiadora. Se você encontra conforto em soluções claras, pode se sentir frequentemente frustrado nesse trabalho. Mas se você prospera na complexidade e na exploração de vários ângulos, a auditoria interna pode ser o seu "playground" profissional.
Não há uma resposta certa ou errada aqui, e que apropriado! Mas entender a sua preferência – e reconhecer se está lidando com um quebra-cabeça ou um mistério – pode ajudar você a navegar pelos desafios e oportunidades em nosso papel, inclusive como auditar uma área e até que ponto aprofundar.
Pessoalmente, acabei abraçando os mistérios. Sim, eles podem ser frustrantes, e sempre há aquela sensação incômoda de que talvez você tenha deixado passar alguma coisa. Eles nos estimulam a pensar de forma criativa, a colaborar de maneira mais eficiente e a expandir a nossa compreensão do negócio – com a grande humildade que advém do fato de sabermos que nem sempre há uma resposta certa. E, ao fazer isso bem, eles podem dar insights muito mais úteis à gestão do que uma aprovação/reprovação em relação a um framework. É aí que o crescimento real acontece – tanto para nós, profissionais, quanto para as organizações que atendemos.
A sua próxima auditoria é um quebra-cabeça esperando para ser solucionado, ou um mistério que convida à exploração? A resposta pode ser a chave para desvendar sua abordagem – e o seu sucesso.
Ah, e a resposta para a nossa charada do início? Um mapa. Mas lembre-se, na auditoria interna, o mapa é só o começo – a aventura de verdade está em navegar pelos mistérios que ela revela.