On the Frontlines: Independência e Objetividade na Auditoria
Blogs Hassan Khayal, DBA, CIA, CRMA, CFE abr 29, 2025

A auditoria interna desempenha um papel importante na governança corporativa, no gerenciamento de riscos e na eficiência operacional. No entanto, sua eficácia depende muito dos dois pilares essenciais de independência e objetividade. Esses pilares permitem que os auditores internos reportem um feedback imparcial e baseado em fatos ao conselho e à alta administração, o que gera confiança no processo de auditoria.
Contudo, algumas pessoas confundem os conceitos de independência e objetividade e, erroneamente, os utilizam de forma intercambiável. Para manter e fortalecer a independência e a objetividade, é importante entender a diferença entre os dois.
Independência
A independência na auditoria interna refere-se à liberdade de não estar sob a influência e os vieses dos stakeholders, da gestão e de outros indivíduos interessados. A liberdade de tais vieses e influências permite que os auditores internos desempenhem suas funções de forma justa e sem interferência. A definição de independência do The IIA é “A liberdade de condições que possam prejudicar a capacidade da função de auditoria interna de executar as responsabilidades de auditoria interna de forma imparcial”, de acordo com as Normas Globais de Auditoria Interna.
Há diversas formas de independência que afetam a auditoria interna. A independência organizacional garante que a função de auditoria interna tenha livre acesso à alta administração e ao conselho, com o CAE reportando funcionalmente ao conselho e não à alta administração. A independência pessoal garante que os auditores individuais sejam imparciais, sem conflitos de interesse e livres de pressões externas. A independência profissional garante o ceticismo profissional e o raciocínio crítico, evitando que noções preconcebidas ou relacionamentos pessoais afetem os julgamentos.
Manter a independência da função de auditoria interna é fundamental por vários motivos. Ela confere credibilidade à função, porque os stakeholders podem confiar nas recomendações e constatações da auditoria interna. Ela garante avaliações de riscos independentes, permitindo que a auditoria interna identifique e gerencie os riscos sem influência externa. Ela fortalece o valor dos requisitos legais, como a Lei Sarbanes-Oxley de 2002 dos EUA e a ISO 37001 (sistemas de gestão antissuborno). Por fim, aprimora a governança corporativa, garantindo ao conselho e ao comitê de auditoria um gerenciamento de riscos eficaz.
Objetividade
A objetividade na auditoria interna significa ser imparcial, justo e sem preconceitos. Voltando mais uma vez às Normas Globais de Auditoria Interna, o The IIA define objetividade como “Uma atitude mental imparcial que permite que os auditores internos façam julgamentos profissionais, cumpram com suas responsabilidades e atinjam o Propósito da Auditoria Interna sem concessões”. Isso significa que os auditores devem se basear em fatos e evidências e não devem ser influenciados por conflitos de interesse ao fazer julgamentos.
Manter a objetividade é de extrema importância, porque garante um reporte justo e mantém a integridade do processo de auditoria interna. Ela garante que os auditores emitam opiniões verdadeiras e baseadas em fatos sobre os processos, riscos e controles da empresa. Os auditores internos devem apresentar suas constatações de forma verdadeira, mesmo que os resultados não sejam do interesse da gestão. A objetividade também apoia a identificação de fraudes e más práticas, de modo que auditores internos independentes são capazes de identificar e reportar práticas fraudulentas sem hesitação. Os auditores internos também facilitam a tomada de decisões éticas para uma organização, defendendo rigorosos requisitos éticos e assegurando que as práticas comerciais estejam em conformidade com as regulamentações e as normas de conformidade.
Os fatores que podem comprometer a objetividade incluem o interesse próprio, que pode entrar em jogo quando os auditores internos têm uma participação financeira no que estão auditando ou se preocupam com a segurança de seu próprio emprego. As relações de trabalho também podem desempenhar um papel no comprometimento da objetividade, se os auditores internos se permitirem ser lenientes ou complacentes ao auditar colegas de longa data. Além disso, a objetividade é comprometida quando se espera que os auditores internos auditem seus trabalhos anteriores. Os auditores internos devem estar constantemente atentos às ameaças à sua objetividade para preveni-las e gerenciá-las.
Superando os Desafios
A auditoria interna pode achar desafiador manter a independência e a objetividade devido a vários fatores. Embora seja relativamente simples criar uma estrutura de reporte em que a auditoria interna reporte funcionalmente ao conselho ou órgão de governança e administrativamente à alta administração, o fato é que a auditoria interna geralmente gerencia suas atividades diárias com a alta administração, e a alta administração pode ter um impacto considerável sobre o que a auditoria interna comunica ao conselho, bem como influenciar significativamente as decisões do conselho. Mesmo quando o conselho toma decisões para a auditoria interna, é possível que a alta administração ainda possa exercer controle sobre a auditoria interna por meio de orçamento, recrutamento, compras e mais.
Então, como a função de auditoria interna pode gerenciar sua independência e objetividade? A construção de um relacionamento sólido com o comitê de auditoria é a defesa mais forte. Da mesma forma, o comitê de auditoria deveria ser bem instruído sobre seu papel no apoio à função de auditoria interna, para que a alta administração não possa manipulá-la. Isso significa assegurar que os auditores internos tenham acesso irrestrito ao conselho, à equipe e aos dados organizacionais, pois, sem isso, os deveres da função ficam comprometidos. Por fim, a capacidade da auditoria interna de comunicar e reportar observações deveria estar livre da influência e das liberdades editoriais da gestão.
A independência e a objetividade são os fundamentos de uma função eficaz de auditoria interna. Sem elas, a capacidade da auditoria interna de ser eficaz é praticamente anulada. Ao implementar estruturas de governança robustas, as organizações podem ajudar a garantir que a auditoria interna permaneça independente e objetiva em suas funções.