Admiro como os escritores equilibraram a lógica de Spock com o lado humano e emocional de Kirk, para mostrar a complexidade de como decisões são formadas. No entanto, questiono se é realista, na vida real, manter um senso de ceticismo em todas as auditorias, grandes e pequenas, sem uma abordagem estruturada. Há pelo menos dois grandes desafios para manter o ceticismo a longo prazo.
1. Trabalho Duro
A definição literal de ceticismo é um processo ativo de “investigação” e “reflexão” – processos que sugerem questionamento, observação cuidadosa, reflexão investigativa e suspensão da crença. Parece uma auditoria, não é? O ceticismo não se trata apenas de palavras, ou de consideração em uma auditoria; é um processo de descoberta do desconhecido.
Os antigos céticos filosóficos evoluíram em dois ramos. Um ramo negou toda possibilidade de conhecimento ou certeza. O segundo ramo defendeu a suspensão do julgamento até que provas suficientes sejam encontradas. Não importa o desafio óbvio de definir o ceticismo, se o processo se tornar muito burocrático, o rigor do ceticismo de auditoria diminuirá com o tempo.
2. Risco Heurístico – Julgamento
A literatura de risco comportamental muitas vezes promove anedotas teóricas populares para a mudança, mas parafraseando o pai da ciência comportamental, Dan Kahneman: "um aumento na conscientização da parcialidade não foi transformador na mudança comportamental".
Manter o ceticismo também exigirá ser responsivo durante períodos de mudanças rápidas. Mas isso levanta a questão: como a auditoria interna antecipa e se prepara para mudanças na postura de julgamento?
Esses são apenas exemplos das questões que os auditores devem considerar ao pensar sobre ceticismo. Uma sugestão para criar um ceticismo sustentável para o auditor é não confiar apenas no julgamento individual. Engenharia financeira ou tomada de risco questionável ou limítrofe requerem consulta para manter o equilíbrio apropriado.
Encontrando Equilíbrio no Ceticismo
Descobri que desenvolver um processo para lidar com assuntos difíceis é mais eficaz quando uma liderança diversificada está envolvida, e quando existe um compromisso com a transparência. No caso de um problema, um processo de descoberta deve estar disponível para a gestão para garantir consistência, imparcialidade e equilíbrio na apresentação de todos os lados.
As regras básicas para operacionalizar o ceticismo devem considerar a necessidade de treinamento, ferramentas de avaliação de riscos e envolvimento do nível sênior. Atualmente, muitas organizações têm processos para lidar com o ceticismo em relação a questões básicas. Para questões mais desafiadoras e complexas, é necessário um esforço de equipe para construir um aprendizado institucional e um consenso que garanta o equilíbrio certo.
Processos transparentes também exigem níveis adequados de confidencialidade. O processo de verificação de práticas questionáveis não deve se tornar punitivo, mas sim de descoberta e de melhores práticas que levem a melhores resultados.
Espero que este post ajude organizações que tenham começado a discutir sobre como construir processos sustentáveis que evoluam com seus negócios.
James Bone é diretor executivo do GRCIndex e investigador principal do Cognitive Risk Institute em Lincoln, R.I.